I Domingo da Páscoa – Ano A
Como é natural, a Igreja convida a
viver a Páscoa de forma continuada, mas sobretudo em duas ocasiões: nestes 50
dias a seguir ao grande dia e em cada Domingo (e dia santo)!
1. PÁSCOA É
ALEGRIA SEM FIM !
- “Os discípulos ficaram cheios de alegria ao verem o Senhor”!
- Como diz S. João Paulo II, a fé dos discípulos “nasceu, sob a ação da graça divina, da
experiência direta da realidade de Cristo ressuscitado” (Creo en Jesucristo, 403).
- É por isso que o túmulo de Cristo, que hoje se venera
em Jerusalém ao lado do lugar do Calvário (perto do templo, mas do lado de fora
da cidade antiga) é para nós o lugar
mais importante do mundo, porque ali aconteceu o facto mais surpreendente
da nossa história: uma explosão de luz e de vida, que tudo faz novo!
- A alegria que os discípulos vivem não é uma alegria
fácil. É uma alegria provada pela
experiência da cruz. Por isso, trata-se de uma alegria verdadeira!
- Esta alegria assim purificada pode ser vivida até por
entre as lágrimas!
- As alegrias mais belas e espontâneas “bebem na fonte do
amor maior, que é o de Deus” (cf EG, nº 7).
2. PÁSCOA É
RENASCER COM CRISTO
- A expressão: “Jesus soprou sobre eles” lembra a narrativa da criação, quando Deus
sobrou o hálito da vida pelas narinas de Adão (o habitante da terra, o
terreno).
- Aqui vemos que a ressurreição de Jesus é uma nova criação: tudo se faz novo, o
que era antigo passou, começa uma nova história, que precisamos de assumir!
- Porém, para que isso aconteça, precisamos de continuamente
queimar o nosso egoísmo na cruz de Cristo, como a cera do círio pascal a
iluminar o nosso caminho!
- A primeira comunidade de Jerusalém, no meio de imensas dificuldades,
descobre uma fé entusiasmante, que
atrai gente de todas as classes!
- E uma esperança que se torna
viva: “Deus nos fez renascer, pela ressurreição de Jesus Cristo de entre os mortos,
para uma esperança viva” (1 Pe 1,3).
3. PÁSCOA É
COMUNHÃO FRATERNA
- A Páscoa produz frutos em nós, de uma vida nova e de nova comunidade.
- Antes de mais, frutos de paz:
o shalom esteja convosco! Esta é uma
palavra tão cara à cultura hebraica que, ainda hoje, constitui a principal
saudação entre as pessoas (e até ao telefone)!
- Porém, trata-se da paz que só Cristo
Ressuscitado pode dar! É, antes de mais paz com Deus, com os outros e
connosco próprios!
- Esta paz produz partilha de
bens e da própria vivência da fé! Por isso, se nós hoje dermos connosco a
partilharmos pequenas ou grandes coisas, não nos admiremos. É só porque vivemos
em Cristo Ressuscitado! (O contrário também é
verdade).
- Essa fé produz em nós a comunhão
fraterna e leva-nos a viver “unidos”, como os irmãos da primeira hora! “Buscai
primeiro aquilo que une” (dizia S. João XXIII).
- Esta é a autêntica “comunhão da qual a Igreja tira a sua força para a evangelização” (João Paulo II - Creo en la Iglesia, 131).
QUE ATITUDES ?
“Como Tomé, a Igreja prostra-se em adoração diante do Ressuscitado, na
plenitude do seu esplendor divino, e perenemente exclama: ’Meu Senhor e meu
Deus!’ (Jo 20, 28)” (NMI, nº 21).
Mostremos a todos a felicidade de vivermos a fé em
JCristo Ressuscitado!
Pe. Cardoso