sábado, 22 de junho de 2013

XII Dom. Comum - C

SÓ TU...!

Nós cristãos não somos masoquistas, quer dizer, não sentimos prazer no sofrimento. Entretanto calcula-se que, no ano passado, cerca de 100 000 pessoas foram vítimas da perseguição por serem cristãs, testemunhando assim, com a vida, a sua fé em Jesus Cristo crucificado e ressuscitado!

1.TEMOS “ÃNSIAS” DE DEUS
- O salmo 62 (ou 63, conforme a contagem usada) manifesta de forma extraordinária esse movimento da alma humana para o alto, a que os teólogos e filósofos chama a “transcendência”, que quer dizer que o ser humano não cabe em si próprio.
- O ser humano, mesmo com asas de barro tem ânsias de infinito...  (há a lenda de Ícaro em que as asas eram de cera, mas ao aproximar-se do sol, as coisas não correram bem...).
-O nosso ADN (a nossa natureza) atira-nos para lá de nós próprios.
- Por isso, rezamos com o salmo: “A minha alma tem sede de Vós... porque Vos tornastes o meu refúgio... a vossa mão me serve de amparo”.

2.RECONHECEMOS O ÚNICO MESSIAS
- A  nossa fé cristã é o encontro entre dois movimentos: Deus que procura o ser humano no jardim da história, nos enigmas de um paraíso perdido...
- E o ser humano que, tantas vezes sem o saber, procura Deus como o único que pode responder aos anseios mais altos do coração humano.
- O ponto de confluência destes dois movimentos tem um Rosto, a quem Pedro chama “o Messias de Deus”.
- A palavra “Messias” liga-se ao facto de que Jesus, além de enviado, é o Filho de Deus. Significa “ungido” e em grego traduz-se por “Cristo”.
- O caminho “messiânico” assumido por Jesus é o caminho da cruz, em que se concretizam as profecias do Antigo Testamento, como a do profeta Zacarias: “Naquele dia jorrará uma nascente”, sangue e água do coração aberto por amor!

3.ABRAÇAR A CRUZ, POR AMOR
- Dizer que acredito que há Alguém acima ainda não é fé cristã (resposta da maioria dos “famosos”), embora possa representar uma certa abertura.
- Reconhecer o Rosto de Jesus como o enviado, o único salvador, é o primeiro passo da fé verdadeira, dizendo como Pedro: “Tu és o Messias de Deus”.
- Saber que esse Rosto é o nosso tesouro, a nossa alegria e experimentar como é verdadeira a alegria que d’Ele nos vem é já começar a viver a fé.
- Mais ainda, descobrir que a cruz de Jesus constitui as “verdadeiras asas” que nos levam ao infinito é já ter uma fé que não esmorece diante das dificuldades.
- Abraçar a cruz de cada dia, em que a súplica pela ajuda se mistura com a oferta de si mesmo, é reviver em nós a experiência de grandes santos, que viam em qualquer dor uma possibilidade de um novo encontro com o Rosto abandonado de Jesus, um encontro transformador e ressuscitador.
- Abraçar a cruz em qualquer sofrimento que nos aparece, pequeno ou grande, é dizer: “És Tu, Senhor, o meu único bem”.
- Oferecer o esforço que fazemos em deixar tudo o que é mal e egoísmo, para fazermos apenas o bem que agrada a Deus é também tomar a própria cruz!.
- Amar o Rosto de Jesus abandonado em qualquer cruz é poder dizer: “Por Ti”!


Nesta semana, pensemos que, seja qual for o nosso sofrimento, podemos sempre reconhecer aí a presença de um Rosto abandonado. Assim, olhando a cruz, depois de dizer: “És Tu...”, posso sempre acrescentar: “Por Ti, Senhor”!


P.Cardoso

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