DUAS COLUNAS (BI)MILENARES
- Na nossa vida, há experiências únicas. Tive a
oportunidade inesperada de visitar um dia o túmulo de S. Pedro (7 de Maio de
2003). Aí está um pequeno monumento do século I, a 11 metros de profundidade em
relação ao chão da atual Basílica de S. Pedro… Foi um momento único… De facto,
a nossa fé é um dom de Deus, mas ela assenta também em factos históricos, em
pessoas concretas.
- Em Roma, pode-se
visitar o túmulo de S. Paulo, na Basílica com o seu nome.
- No arco da capela das Pedrosas, estão os dois
pintados, um de cada lado! Estas pinturas mereceram um artigo no nosso jornal
diocesano de há uma semana. A nossa igreja tem um painel de S. Pedro, com uma
grande chave!
1. OS ESTILOS DE PEDRO E PAULO
- Pedro é representado
habitualmente com as chaves, por
alusão à passagem evangélica, em que o Senhor lhe diz: “dar-te-ei as chaves do
Reino dos Céus…”
- Paulo é representado pela espada:
ele é o apostolo da Palavra (“a Palavra é como uma espada de dois gumes”- dirá)
e porque morreu à espada…
- O que é que os distingue: o seu estilo pessoal. Paulo é um verdadeiro intelectual do tempo, uma pessoa muito
preparada a nível filosófico e bíblico, além disso muito radical, não tinha
nada de meias medidas. Como judeu, zeloso e até violento para com aqueles que
ele achava que estavam a estragar a religião de Moisés. Depois da conversão,
nunca olha a esforços ou perigos para anunciar o Evangelho. Com Barnabé,
sente-se enviados ao mundo grego da altura.
- Pedro é um homem simples, muito
humilde, ás vezes parece um pouco trapalhão. Porém, muito decidido: deixa tudo
para seguir o Mestre (tudo é mesmo tudo: família, trabalho, casa, amigos…),
decidido a dizer o que lhe vai na alma e quando todos se calam, ele fala por
todos. Não consegue chegar até à cruz, mas tenta… e vive-a à sua maneira!
- Pedro é o primeiro Papa. Faz a primeira pregação da Igreja no dia de
Pentecostes. A sua função é salvar a unidade
da Igreja, na fé e na caridade.
2. DOIS ALICERCES DA IGREJA
- Há um aspeto que os une: ambos amam
apaixonadamente o Senhor. Ambos se sentem disponíveis para ir até ao fim do mundo. Ambos prontos para dar a vida pelo Senhor. Não temem, por
isso, qualquer obstáculo ou perigo ou ameaça…
- O amor não teme o esforço e mesmo o sacrifício por quem se ama. No diálogo
de Jesus com Pedro, sobressaem duas coisas interessantes:
- A fé é sobretudo uma questão de amor
(não de cultura ou raciocínio…)
- Pedro precisa de Jesus e de que Ele o aceite de novo, dando-lhe a
possibilidade de apagar as três negações com três declarações: “tu bem sabes que eu Te amo”.
- Porém, Jesus precisa de Pedro,
não de um anjo, mas de alguém de carne e osso, que, mesmo fraco, tem no coração
um amor imenso por Jesus.
- Nós precisamos de amar a Jesus,
como Pedro e Paulo e os verdadeiros cristãos de todos os tempos. Cristo
Ressuscitado é o segredo da vida, dá-nos força para enfrentarmos as nossas
noites… Sem ele nada, com Ele, tudo é possível.
- Mas, ao mesmo tempo, não podemos
recusar a Igreja constituída por seres humanos como nós, mas com Cristo no
centro e a presença do Espírito Santo. Devemos aceitar a Igreja que Pedro e Paulo sustêm com o seu zelo, com o seu
exemplo, com o seu testemunho de martírio e com a sua intercessão…
- Aceitar a Igreja é aceitar
Cristo (“quem vos ouve a Mim ouve”). Aceitar Cristo é
dizer-lhe, em cada dia: “Tu és para mim o
Senhor, o Filho de Deus vivo. Ajuda -me, Senhor, a amar-Te como te amaram Pedro
e Paulo”.
Pe. Cardoso
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