sábado, 24 de novembro de 2012

XXXIV Domingo Comum – B

A VOZ DO REI !


0. “Era uma vez um rei... Muitas histórias começam assim. O imaginário da realeza está no nosso subconsciente. Facilmente criamos um cenário onde há um Rei ou um príncipe, uma rainha, as damas, uma princesa, os cavaleiros! O que tem isto a ver com a solenidade de Cristo Rei do Universo?

1. COMO UM “FILHO DE HOMEM”
- O Livro de Daniel usa a linguagem apocalíptica, com símbolos e visões.
- Esta é, no entanto, uma visão especial. Diz respeito a um filho do homem, expressão algo misteriosa e que se refere a alguém que é humano, mas, ao mesmo tempo está muito “próximo” de Deus. É o único título que Jesus aplicará a Si próprio!
- O Reino desse Personagem (mistério) é universal, pois “todos os povos o serviram”. E será um Reino eterno, que “não passará jamais” e “não será destruído”.
- Vemos que esta passagem (escrita pelo século II a.C.) funciona como profecia, pois há Alguém em que se cumpre tudo na perfeição: Jesus Cristo!
- A expressão “filho do homem” tem uma consequência imediata: reconhecer em Jesus Cristo o Filho de Deus que assumiu a nossa humanidade.
- Ao mesmo tempo, contém já uma certa visão messiânica: Jesus, o Messias, à maneira do “filho do homem” escolhe o caminho da humildade e do despojamento.

2. COMO O “PRÍNCIPE DOS REIS”
- “O Príncipe dos reis da terra”.  Aquele que, segundo o Apocalipse (nos finais do séc. I d.C.), é o “Príncipe dos reis da terra”, é Jesus Cristo, o único Mediador e Salvador.
- Embora Jesus não responda diretamente à pergunta curiosa de Pilatos, aceita que é Rei, na medida em que lhe coloca uma outra questão: “É por ti que o dizes?” Logo a seguir, usa a expressão “o meu Reino”. Por fim, confirma mesmo: “Sou Rei”.
- O Seu Reino não é deste mundo... É um Reino diferente dos terrenos! O seu Reino começa já aqui na terra, mas deverá atingir a plenitude “para lá do tempo”.
- Num tempo em que tantos ídolos se colocam à nossa frente à espera que os adoremos: o dinheiro, o prazer transformado em absoluto, o orgulho social que de tudo se serve para se afirmar; somos convidados pela Palavra a olhar para este “Rei santo” como o único que vem abrir um destino feliz para o ser humano!
- Ele é o único que “tem um poder eterno” (Salmo: “cingiu-se de poder... por todo o sempre”) e, por isso, é o único a Quem vale a pena entregar a própria vida e em Quem podemos plenamente confiar.
- A casa de John, nos Camarões é assaltada. Não encontram dinheiro e um com uma faca ameaça matar a irmã mais nova se não lhe derem dinheiro. John grita-lhe: “Tu não podes fazer isso, em ti está Jesus”. O bandido olha espantado, depois põe no chão a irmã e sai com o companheiro sem levar nada! (Cf Uma Boa Notícia, 54).

3.COMO AQUELE QUE AMA
- “Àquele que nos ama e, pelo seu sangue nos libertou...”. Ele é “Aquele que nos ama”, derramando em nós o amor do Pai, pelo Espírito que nos concede constantemente!
- Ele é o Alfa e o Ómega (o A e o Z!), o princípio e o fim. Ele é o “que é, que era e que há-de vir”. Quer dizer, o princípio, o fim, mas também o agora salvador!
- É um reino ao serviço da verdade, que só entende quem anda à procura da verdade... E só experimenta quem escuta a voz deste Rei e se deixa tocar por ela!
- Um Reino cuja lei principal é o amor... amor manifestado de forma suprema na entrega da vida, que Jesus, diante de Pilatos, está para consumar!
- Um Reino construído na justiça e na caridade...
- Jesus quer conduzir a todos, através de nós, à verdade que é Ele. Precisamos de ser, com a nossa vida, como que “amplificadores” da sua voz!

Nesta semana:
Ajudemo-nos uns aos outros a escutar essa voz, que é a voz de “Jesus Rei”. Como a nossa vida será diferente se nos habituarmos a escutar a sua voz em cada momento!

P. Cardoso

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