Sendo a
finalidade da catequese colocar o catequizando, não só em contacto, mas
sobretudo, em comunhão e intimidade com Deus, a caminhada catequética deve
estar imbuída de um verdadeiro clima de oração, que favoreça e realize esta
intimidade. Na sua Exortação Apostólica Catechesi Tradendae, João Paulo II refere que «a
catequese não consiste apenas em ensinar a doutrina, mas deve iniciar o
catequizando para a vida e a vivência cristã» (CT 33). Ora, sendo a oração uma
importante dimensão da vida cristã, é essencial que, em cada encontro
catequético, se desperte no catequizando a necessidade de se encontrar e de
conversar com Deus; de se abrir para escutá-Lo e sentir que Ele está presente e
caminha ao seu lado, em todos os momentos da sua vida.
A oração é
diálogo e encontro entre Deus e cada pessoa. É um encontro pessoal. Por isso,
quando na catequese se escuta a Palavra de Deus, inicia-se um momento de
especial intimidade com Ele. A catequese deve, pois, tornar-se momento
privilegiado de escuta da voz do Pai.
Para que
este encontro íntimo e dialogante entre o catequizando e Deus aconteça, é
preciso que, em cada sessão da catequese, se crie um clima de acolhimento, de
silêncio, onde se escuta e se celebra a Palavra de Deus e a Sua mensagem de
salvação. Somente numa atitude de escuta e de abertura à Sua Palavra é que o
catequizando se escuta a si próprio e escuta o chamamento de Deus, entrando em
diálogo interpessoal com Ele. No silêncio interior, a Palavra de Deus ressoa em
nós e do nosso coração nasce uma resposta de amor. Quando celebramos,
escutamos, interiorizamos e nos convertemos à Sua Palavra, estamos a fazer
oração, ou seja, estamos a entrar em comunhão com Deus. A catequese deve
promover no catequizando este momento de intimidade com Deus e saber aproveitá-lo.
Não
obstante, a oração não acontece apenas no encontro da catequese, de modo que as
crianças e adolescentes devem ser iniciados à vida de oração no seu quotidiano.
Na verdade, sendo a oração algo “espontâneo” que brota do íntimo de cada um, é,
pois, essencial que se crie no catequizando a convicção que, em qualquer
situação e lugar, pode sentir a presença de Deus e dialogar com Ele. Mas aí a
família assume um papel importante. É fundamental que os pais dediquem, cada
dia, um momento para estar com os seus filhos num clima de oração,
interiorizando neles este encontro com Deus.
Em jeito de
conclusão, verificámos que o ato catequético é chamado a ser em si mesmo um ato
de oração. A catequese não prepara apenas os catequizandos para a oração; ela é
já oração, despertando nelas este encontro de amor com Jesus Cristo. Se assim
não for, não é catequese.
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