sábado, 2 de novembro de 2013

XXXI Dom. Comum - C

AS VISÕES DE ZAQUEU


1.VER DE CURIOSIDADE
- A curiosidade é um dos fatores de novas descobertas. O ser humano é curioso por natureza. Trata-se aqui de um ver natural, com os olhos.
- Por isso, Zaqueu subiu a um sicómoro, pensando: “Aqui vejo sem ser visto”!
- O sicómoro é uma árvore típica do Médio Oriente e Norte de África, com tronco largo e fraca ramagem. Parecido com a figueira, dá frutos de qualidade inferior!
- Zaque pensava: eu estou muito longe desse profeta, sou um grande pecador e, por isso, nunca poderei ser seu amigo, porém nada me há-de impedir de o ver bem! Quero saber se é alto, que trajes usa, enfim, qual é o aspeto!
- Até àquele dia, a vida de Zaqueu só dava frutos bravios, provocados pelo materialismo e pelo egoísmo... eram frutos mais fracos que os do sicómoro!
- Zaqueu “queria ver Jesus”. Porém, ele não tinha consciência de que essa curiosidade funcionava nele como uma abertura para a fé.

2. VER DE FÉ
- Ora, quando Zaqueu procura identificar Jesus no meio do grupo e finalmente O localiza, o seu olhar cruza-se com outro olhar que vinha já na sua direção, o olhar de Jesus. O Mestre até sabia o seu nome...
- Zaqueu ficou sem palavras e, por pouco não caía abaixo da árvore...
- Depois de tantos anos a ser marginalizado pelos chefes religiosos e pela sociedade por ser um pecador, sem qualquer possibilidade de salvação...
- O inesperado acontece. Jesus é o rosto de Deus que ama o pecador e toma a iniciativa... Jesus condena o pecado, mas ama o pecador para o libertar do pecado!
- Jesus não coloca condições, mas Zaqueu sente que tem de mudar, pois há algo dentro dele, a ação da graça que o impele a essa mudança.
- Zaqueu vive um verdadeiro encontro com o Senhor, encontro que transforma e que é uma nova luz na sua vida, a luz da fé. Esta é a segunda visão de Zaqueu.
- O Papa Francisco explica (nº 29 ss) que a fé une “a escuta da Palavra de Deus com o desejo de ver o seu rosto”, “é a luz de um Rosto, no qual se vê o Pai” (nº 30).

3.VER DE COMUNHÃO
- O Evangelho realça as palavras de Jesus, que confirmam que naquele dia (no “hoje” da história), a salvação entrou na casa de Zaqueu.
- A salvação entrou como uma centelha de uma nova luz, uma luz que brilhará totalmente apenas no futuro, depois da transformação da ressurreição.
- É a chamada “visão beatífica”, aquela visão feliz de Deus e em Deus, que significa a plenitude da realização humana, a sua maior felicidade, um bem inimaginável e apenas intuído pelo coração humano, que Deus oferece a todos!.
- “O ser humano está orientado à visão beatífica” (K.Rahner), a que somos chamados por Deus. Será uma visão de plena comunhão.
- “A fé encontra a sua maturidade com a passagem à visão beatífica(João Paulo II, Creo en el Spìritu Santo, 389). Esta é a terceira visão de Zaqueu e que esperamos também.


Como viver esta PALAVRA ? - “O cristão é aquele que se sente atraído pelo olhar do Senhor, se sente amado e salvo pelo Senhor até o fim” (Papa Francisco, homilia de 31 de Outubro último-2013). Saibamos deixar-nos atrair por esse olhar e viver a luz da fé, para participarmos um dia na luz da glória !!!

Pe. Cardoso

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