Pretendemos com este blogue dar a conhecer a paróquia da Ortigosa e facultar algumas informações úteis.
sábado, 30 de março de 2013
CRUZ ABRAÇADA
1.CRUZ
SALVADORA
- Todo o ser humano procura a Deus. Contudo, eis uma
grande dificuldade, como explica S.Agostinho: “Quem pode compreendê-Lo?
Ou quem poderá chegar a Ele? Compará-lo-ei a um exilado, que de longe vê a sua
pátria: o mar separa-os; vê para onde deve ir, mas não tem meios de lá chegar.
Também nós queremos chegar a esse porto definitivo que será nosso, onde está
Aquele que é, porque só Ele é sempre o mesmo, mas o oceano que é este mundo
corta-nos o caminho. [...] Para nos dar
um meio para irmos até lá, Aquele que nos chama veio de lá e escolheu uma madeira para nos fazer atravessar o
mar: sim, ninguém pode atravessar o oceano deste mundo sem ser levado pela cruz
de Cristo”. (Sermões sobre o Ev. S.João, nº 2)
-
Vemos assim, com a ajuda deste santo bispo, que a cruz é a grande tábua de salvação (uma jangada!) que
nos permite aproximar de Deus. Ela é madeira salvadora, porque nela o Salvador
se entrega por nós! Porque com o seu sangue, foram nela lavados todos os
pecados do mundo! Porque ela abate todas as distâncias que nos separam de Deus.
2.CRUZ –
FONTE DE ESPERANÇA
- Hoje, Sexta-feira Santa, fui de imediato junto do Senhor, Ele que tinha sido
transladado para fora (do sacrário), como em Jerusalém foi levado para fora da
cidade, para o lugar dos condenados. Pensei em todos os crucificados...
- Perguntei-Lhe onde é que Ele está diante do sofrimento dos inocentes, diante das mulheres maltratadas
e despojadas da sua dignidade, onde é que Ele está perante as crianças que
choram vendidas pelos próprios pais para a escravidão e para a miséria... Onde
é que Ele está quando tantos sofrem a tortura e as grades da prisão injusta...
Onde é que ele está quando surgem doenças incuráveis...
- Onde está Deus diante
da morte causada por catástrofes da natureza... Onde está Deus diante do
sofrimento provocado pelo sadismo e crueldade dos homens... ou nas situações de
fome e miséria extrema...
- O Senhor respondeu-me: “Não vês que Eu estou lá, no coração de cada uma e
de cada um dos meus irmãos? Sim, a minha paixão continua... Enquanto houver um
sofredor sobre a terra... O meu abandono continuará... Porque Eu estou nos
gritos, na morte, na solidão... na tristeza e em toda a forma de sofrimento”!
3.CRUZ
ABRAÇADA
- “Dá-nos a graça, Senhor, de hoje sabermos abraçar a tua cruz! Aquela que desponta
nos imprevistos da vida, no cansaço, na doença e até no envelhecimento. Mas
também a cruz que representa o esforço em abraçarmos a Vontade do Pai, em
vencermos contigo todas as tentações e todo o mal! A cruz que significa a
superação do nosso egoísmo com um amor verdadeiro, à maneira do teu!
- Dá-nos a graça de abraçarmos a cruz em todo o que
sofre, unindo-nos à tua paixão... reconhecendo
o teu rosto em cada pessoa que anseia por uma atenção, uma ajuda, que
precisa que tenhamos paciência com ela... Queremos ser “sireneus” que aliviam a
cruz dos irmãos e os confortam com a esperança que vem de Ti!
- Queremos, Senhor, amar-Te em todos os momentos que
tiverem o selo da tua cruz, queremos aí encontrar-Te: “Oiço a voz do meu amado,
ei-l’O que vem”! E deixar que o teu amor nos eleve a nós e a todos os irmãos à
altura inacessível da ressurreição”!
Cf – En el umbral de la Belezza. 59 ss.
P. José Cardoso
terça-feira, 26 de março de 2013
segunda-feira, 25 de março de 2013
Católicos em Portugal
28/Abril/12
«Que te fiz Eu?!»
1. O recente inquérito sobre as opções religiosas dos portugueses, elaborado pela Universidade Católica Portuguesa, a pedido da Conferência Episcopal, merece ser lido e analisado. Sem entrar nos detalhes, percebe-se uma tendência para a diminuição do número de católicos em Portugal, o seu envelhecimento, a sua concentração no Norte do país, a sua prevalência nas aldeias e vilas e a predominância das mulheres.
2. Conjugando estes elementos com outras tendências – como a cada vez menor
aceitação de aspectos essenciais da doutrina da Igreja mesmo por parte de
muitos católicos – percebe-se que nas próximas décadas deverá continuar a
acentuar-se este modelo: diminuição do número de católicos, comunidades cristãs
cada vez mais pequenas e envelhecidas, maior irrelevância da Igreja no espaço
público...
3. Perante este quadro, vem-me à memória o cântico de Sexta-Feira Santa, preparando a adoração da cruz. De modo poético, apresenta a tristeza com que o Senhor se dirige ao seu povo, interrogando-o: «Que te fiz eu, para me abandonares? Não te tirei da terra do Egipto? Não te alimentei no deserto? Não te dei uma terra boa e espaçosa? E tu, cravaste-me num madeiro!... Meu povo, que te fiz eu?!».
4. Olhando as nossas assembleias litúrgicas sempre menores em número de fiéis, vendo como tantos dos que se dizem católicos ignoram aspectos essenciais do ensinamento da sua Igreja, escutando o ruído das desavenças, das recriminações, percebendo a força das inimizades, sabendo-se cada vez mais preterido em favor do espírito do tempo e dos ídolos do momento... Jesus pode hoje perguntar-nos: «Que vos fiz Eu? Acaso não vos dei a mais santa e humana de todas as leis, a lei do Amor? Acaso não fui a rocha que amparou os vossos pais, os pais dos vossos pais e dos vossos avós, através de tempos bons e maus, na fartura e na miséria? Acaso não morri por vós numa cruz? Acaso não ressuscitei, para que todos possam conhecer a felicidade eterna junto de meu Pai? Que vos fiz Eu?!»
3. Perante este quadro, vem-me à memória o cântico de Sexta-Feira Santa, preparando a adoração da cruz. De modo poético, apresenta a tristeza com que o Senhor se dirige ao seu povo, interrogando-o: «Que te fiz eu, para me abandonares? Não te tirei da terra do Egipto? Não te alimentei no deserto? Não te dei uma terra boa e espaçosa? E tu, cravaste-me num madeiro!... Meu povo, que te fiz eu?!».
4. Olhando as nossas assembleias litúrgicas sempre menores em número de fiéis, vendo como tantos dos que se dizem católicos ignoram aspectos essenciais do ensinamento da sua Igreja, escutando o ruído das desavenças, das recriminações, percebendo a força das inimizades, sabendo-se cada vez mais preterido em favor do espírito do tempo e dos ídolos do momento... Jesus pode hoje perguntar-nos: «Que vos fiz Eu? Acaso não vos dei a mais santa e humana de todas as leis, a lei do Amor? Acaso não fui a rocha que amparou os vossos pais, os pais dos vossos pais e dos vossos avós, através de tempos bons e maus, na fartura e na miséria? Acaso não morri por vós numa cruz? Acaso não ressuscitei, para que todos possam conhecer a felicidade eterna junto de meu Pai? Que vos fiz Eu?!»
Manter as aparências ou assumir a mudança...
1. Jesus não prende ninguém, não força a liberdade. Quando muitos dos que O seguiam se afastaram d’Ele, dizendo: “São duras estas palavras. Quem as pode suportar?», Jesus não fez nada para os reter, não mudou os seus ensinamentos, para lhes tentar agradar. Simplesmente, perguntou aos seus amigos mais chegados: «Também vós quereis ir embora?»
2. «A quem iremos, Senhor? Só Tu tens palavras de vida eterna» (cf. João 6, 60-68). Foi a resposta de Pedro e é a resposta que a Igreja precisa de suscitar, primeiro em si mesma, depois naqueles que se afastam. Convém, por isso, agora que o tema da Nova Evangelização se encontra definitivamente na agenda, pelo menos do Papa Bento XVI (quanto aos bispos e presbíteros, alguns parecem também dispostos a isso), assumir a necessidade de começar a nova evangelização ad intra. Não por acaso, o Papa Bento XVI tem urgido com frequência a conversão da Igreja, nos seus membros, e falado de uma crise de fé que assola a Igreja, sobretudo na Europa.
3. Como levar por diante esta evangelização da Igreja, nos seus membros? Afinal, a maior parte não sente necessidade de ser evangelizada e contenta-se com a rotineira prática das tradições religiosas – um valor, sem dúvida, mas que se perde quando não transforma a vida.
4. Perante um tal cenário, muitos sacerdotes, esforçados e competentes, apostam numa pastoral de manutenção, a única que lhes parece ainda dar alguns frutos: manter as tradições religiosas, os horários das missas, assegurar a celebração dos vários sacramentos... Ao lado, dão o melhor do seu tempo e esforço e obras de cariz social, das quais não parece resultar nada de significativo em termos de evangelização. Obras meritórias, sem dúvida, mas sem sustentação na comunidade paroquial e, portanto, sempre à mercê dos humores de um Estado omnipresente e asfixiante.
5. A lado de tantos sacerdotes assim empenhados, verdadeiros exemplos de homens para Deus e para os outros, surgem infelizmente alguns cujo comportamento pastoral e humano é demolidor para a vida sacerdotal. E, perante tais casos, não raro, os bispos evitam tomar decisões, esperando que o tempo ajude a resolver os problemas – esperança inútil, como se viu nos casos de pedofilia, cujas consequências ainda se vão fazer sentir durante décadas.
6. Que possibilidades temos? Uma é as dioceses continuarem a tentar manter as aparências, durante mais algum tempo: multiplicando as tarefas entregues aos poucos padres realmente disponíveis; chamando alguns leigos, se os houver, a responsabilidades maiores na vida paroquial; rezando para que aumentem as vocações ao sacerdócio, sem acreditarem muito nisso; mantendo a todo o custo a oferta dos sacramentos para quem os pede, mesmo se apenas por tradição; e continuando a consolar-se com os inquéritos cujos números revelam uma maioria sociológica de católicos, mas sem qualquer consequência no modo como se vive.
7. A outra possibilidade é assumir desde já a urgência da situação: assumir que os modelos pastorais sacramentalistas estão esgotados; que o modo de exercer o ministério presbiteral, como está, não tem grande futuro; que a catequese paroquial, apesar das grandes reformas nos manuais, não evangeliza – pois as crianças passam pela catequese mas, na maior parte dos casos, não ficam activas nas comunidades quando chegam à adolescência ou à juventude; que a frieza no acolhimento e o funcionalismo no trato não respondem às expectativas das pessoas, sobretudo daquelas que, afastadas da Igreja, andam espiritualmente inquietas; que as celebrações litúrgicas precisam de ser verdadeiras experiências de fé celebrada e não rituais mais ou menos indiferentes; e que a oração, sob todas as suas formas, precisa de voltar a ser o centro da vida comunitária: a paróquia tem que ser uma escola onde se aprende a rezar, desde a infância, e a oração deve permear toda a vida da comunidade.
8. E tudo isto há-de ser vivido em constante fidelidade ao magistério da Igreja e em união sem quebras com o Papa, pois os muitos ventos de doutrinas que pululam por aí, mesmo entre os católicos (com grupos organizados de sacerdotes e religiosas à cabeça), não deixarão de tentar seduzir os mais distraídos ou os mais susceptíveis à acomodação segundo o espírito do tempo.
9. Uma opção destas pode ser o princípio da nova evangelização das comunidades cristãs. E estas, evangelizadas, poderão evangelizar a sociedade. Como levá-la à prática é uma questão local, não objecto de grandes teorias ou teses académicas: aquele pároco que dá início a uma “escola de oração” e, mesmo com pouca gente, a mantém, reunindo semanalmente as pessoas na Igreja, não para celebrar a missa nem para rezar o terço, mas para as ensinar a rezar e as ajudar a rezar, rezando; aquele grupo de leigos que assume, em colaboração com o pároco, a responsabilidade por um aspecto da vida da paróquia... Há sempre pequenas coisas a acontecer, nas quais se pressentem as sementes do novo, daquilo que o Espírito diz e pede.
10. A escuta atenta e a coragem de apostar no essencial permitirão que as comunidades cristãs sejam, novamente, focos de irradiação de modos alternativos de viver. Nestas comunidades, não serão os números, sociologicamente falando, o mais importante. Importante mesmo será a capacidade de, sendo minoria, viver de modo diferente, como nos primeiros séculos. Diferente não por se distinguir no modo de vestir ou falar ou comer, mas no agir: gente que não casa e descasa ao sabor do momento; não gera filhos fora do casamento; não abandona nem mata, pelo aborto, os filhos gerados; não abandona os seus mais velhos nem os elimina pela eutanásia; cuida dos mais necessitados; trata todos com justiça e diante de todos dá testemunho da razão para agir assim: o facto de se saber gente salva e ressuscitada, em Cristo Jesus, para glória de Deus Pai. Os cristãos dos primeiros séculos fizeram-no, deixaram testemunho disso e ninguém pode negar o sucesso do seu modo de viver. Hoje, podemos não fazer mais, mas precisamos de não fazer menos.
http://www.cristoeacidade.com/page175/files/91c3e34bf09c5af560ed7e9d58af3ea1-27.html
sábado, 23 de março de 2013
DOMINGO DE RAMOS
JESUS
SALVADOR !
Qual o sentido
mais profundo do dia de Ramos? Jesus, aclamado como Rei e Filho de David, que
sentido tem hoje para nós?
1.AS
FALSAS SALVAÇÕES:
- Vivemos hoje num tempo de relativismo, de indiferença, numa cultura que, em tantos aspetos,
funciona “como se Deus não existisse”.
- Por isso, o
homem de hoje acha que não
precisa de salvação ou, se precisa, pensa poder salvar-se a si próprio !
- A economia, o conforto e o poder são outros tantos
ídolos que nos iludem com a solução para todos os problemas, na ilusão de uma felicidade sem sofrimento, de uma
felicidade confundida com o “estar bem” no momento que passa!
- Mesmo se a vida humana cai, tantas vezes, em becos sem
saída, tais como o sofrimento, o pecado, a morte e a solidão de uma vida sem
sentido!
2.JESUS
SALVA-NOS !
- “Salva-Te a Ti
mesmo e a nós também”.
- No desafio de um dos companheiros de infortúnio, mas
que, ao contrário de Jesus, era condenado pelos crimes praticados, está uma expressão que resume toda a
densidade deste dia.
- Na verdade, Jesus “salva-nos
a nós também”! Embora no pedido revoltado estivesse a salvação como livrar-se
da morte cruel, para nós hoje Jesus é verdadeiramente o Salvador de tudo o que
oprime o ser humano.
- Jesus salva-nos até daquelas opressões que esmagam o ser humano de todos os tempos: Jesus
salva-nos do carater definitivo da morte, do sentido fechado do sofrimento
abrindo-o à esperança e da força do pecado que nos oprime, apagando-o com a sua
graça.
- Jesus salva-nos de tudo o que impede o ser humano de
ser verdadeiramente feliz e de participar na comunhão com Deus e com os irmãos.
3.JESUS
É O ÚNICO SALVADOR:
- “Realmente este homem era justo”. Ele é o único
plenamente justo e santo, por isso o único salvador.
- A nossa salvação
não está no materialismo da vida, não está no “gozar a vida” sem um verdadeiro
ideal, não está na política (se entendida como um absoluto), não está na
economia (se pensada como um tudo), não está na fama, nem no poder, não está no
medo dos “espíritos” ou na luta contra os maus olhados...
- Jesus é o único
salvador. Por isso “creio em um só
Senhor Jesus Cristo... que para nossa salvação desceu dos céus... Foi
crucificado, padeceu e foi sepultado. Ressuscitou ao terceiro dia...”.
- “Vós, ó Senhor, ressuscitado e
vivo, sois a esperança sempre nova da Igreja e da humanidade; Vós sois a única
e verdadeira esperança do homem e da história; Vós sois entre nós a esperança
da glória" (C/ 1, 27) já nesta nossa vida e para além da morte. Em Vós e
Convosco, nós podemos alcançar a verdade, a nossa existência tem um sentido, a
comunhão é possível, a diversidade pode tornar-se riqueza, a força do Reino
está em ação na história e ajuda na edificação da cidade do homem, a caridade
dá valor perene aos esforços da humanidade, o sofrimento pode tornar-se
salvífico, a vida vencerá a morte, a criação participará na glória dos filhos
de Deus” (EEur, nº 18) .
Nesta semana: Decidir-se por Jesus Cristo como o único salvador!
sábado, 16 de março de 2013
Papa Francisco
Dez gestos inesperados de um Papa surpreendente
Francisco, o Papa, não tem só no
nome uma grande e inesperada originalidade. Em muitos dos seus gestos vem
provando ser radicalmente diferente de outros Papas e, sobretudo, muito
informal e com um grande à-vontade.
Alguns apontam-lhe um minimalismo
cheio de profundidade. E quem o conhece diz que ele é mesmo assim. Já quando
era o cardeal Bergoglio se sentia mortificado com qualquer pompa e
circunstância.
Simples, humilde, descontraído,
espontâneo. Assim é o Papa Francisco.
1. Não me venham ver a Roma. Usem com os pobres o dinheiro que
gastariam
Na noite em que foi eleito, o
novo Papa ligou ao núncio apostólico em Buenos Aires para lhe pedir que
comunicasse aos bispos, e estes depois aos fiéis argentinos, que não se
deslocassem a Roma para a inauguração do Pontificado no próximo dia 19. Sugeriu
antes que o dinheiro das viagens fosse canalizado para os pobres, em gestos de
solidariedade e caridade.
Quem conhece o Papa diz que esta
não é uma atitude extraordinária nele, é antes natural no seu comportamento,
faz parte do seu estilo. O Papa obviamente não quer impedir os argentinos de
vir a Roma, mas prefere aconselhá-los a mostrar o seu carinho de uma outra
forma.
Já em Fevereiro de 2001, quando
foi feito cardeal por João Paulo II, Jorge Mario Bergoglio tinha pedido
exactamente o mesmo aos católicos que gostariam de o acompanhar. Resultado: o
então cardeal argentino tinha uma das mais pequenas delegações presentes nesse
consistório.
2. Posso sentar-me?
Ainda alojado na Casa de Santa
Marta, enquanto o apartamento Papal é preparado, toma as refeições com os
outros cardeais. Quando chega mais tarde, simplesmente procura um lugar livre
numa mesa para se sentar, tal como todos os outros.
3. Eu vou de autocarro
Depois de ter saudado o povo na
varanda da basílica de São Pedro, já como Papa Francisco, recusa o carro
oficial. O cardeal Timothy Dolan descreve assim esse momento à cadeia de
televisão americana CBS: "Há cinco ou seis autocarros para levar os
cardeais de volta à Casa Santa Marta. Via ali o carro do Santo Padre e a
escolta, a segurança, as motas. Pensei que tudo tinha voltado à normalidade,
que o carro do Papa teria voltado ao serviço. Nós fomos de autocarro. Outros
cardeais esperaram para saudar o Papa. E quando chega o último autocarro,
adivinhem quem desce? O Papa Francisco. E imagino-o a dizer ao motorista: 'Sem
problemas, eu vou com os rapazes de autocarro'".
Esta sexta-feira de manhã, depois
da audiência, voltou a seguir de autocarro, com todos os outros cardeais, como
provam as fotografias tirada no interior do veículo.
Também quando saiu pela primeira
vez do Vaticano, esta quinta-feira, para se deslocar à Basílica de Santa Maria
Maior, dispensou a segurança apertada e o aparato de viaturas habitual. Não
quis uma comitiva e seguiu num carro simples, preterindo o que é
disponibilizado pela gendarmeria, a polícia do Vaticano.
4. Queria pagar a conta, por favor
No regresso ao Vaticano depois da
sua primeira iniciativa como Papa - rezar a Nossa Senhora - quis fazer uma
paragem no caminho. Foi à Casa do Clero, onde esteve hospedado, para ir buscar
as suas malas e pagar a conta. Segundo o porta-voz do Vaticano, queria dar o
exemplo daquilo que todos os padres e cardeais devem fazer.
5. Como está a sua família?
Uma vez na Casa do Clero fez
questão de cumprimentar todos os funcionários. Este é o sítio onde costuma
estar hospedado sempre que vem a Roma, por isso ali conhece as pessoas há
vários anos. Quem assistiu ao momento descreve-o como muito comovente. O Papa
Francisco lembrava-se dos nomes de cada um e a todos foi perguntando pelas suas
famílias e situações pessoais.
6. Um abraço e dois beijos
No encontro com todos os
cardeais, esta sexta-feira de manhã, foi muito caloroso, afectuoso e,
sobretudo, descontraído. A certa altura tropeçou nos degraus da Sala Clementina,
mas continuou tranquilamente a audiência, sem parecer incomodado com o
percalço.
Os cardeais alinhavam-se em fila
para o cumprimentar, mas, no caso dos cardeais da China e do Vietname, foi o
Papa que lhes beijou os anéis, em sinal de respeito pelo sofrimento dos
católicos naqueles países. Abraçou também alguns cardeais e cumprimentou a
maioria com dois beijos.
Quando o cardeal sul-africano
Napier lhe ofereceu uma pulseira de borracha amarela e verde, de uma campanha
da Igreja daquele país, colocou-a de imediato no pulso direito. Aceitou tirar
uma fotografia com D. José Policarpo, o Patriarca de Lisboa, e outros dois
cardeais.
7. Que Deus vos perdoe por me terem escolhido
Também junto dos cardeais, a quem
chama "irmãos" e aos quais se refere como "uma comunidade
baseada na amizade", brinda nestes termos depois da eleição, ao jantar:
"Que Deus vos perdoe pelo que fizeram".
8. Dispenso o ouro e os sapatos vermelhos
Continua a usar os sapatos pretos
que trouxe de casa, não adoptou o calçado vermelho habitual e disponível no seu
tamanho no momento em que se preparou para aparecer vestido de branco depois da
eleição. Continua a utilizar a cruz simples de metal que usava ainda antes de
ser bispo, recusou a cruz de ouro e pedras preciosas.
9. Improviso
Em todos os momentos públicos em
que falou, improvisou sempre. Improvisou na primeira homilia, na Capela
Sistina. Uma homilia muito simples, acessível e em italiano, ao contrário de
Bento XVI, que fez a sua em latim. E de pé, no ambão, não na cadeira Papal.
Voltou a improvisar na homilia da missa desta manhã, na Capela de Santa Marta,
e no encontro com os cardeais.
10. Curvo-me perante a vossa oração
Logo quando é anunciado como Papa
e aparece perante os fiéis na Praça de São Pedro, começa por dar alguns sinais
de que o seu comportamento não será igual ao de outros chefes da Igreja
Católica. Não usou a capa vermelha dos pontífices e estava simplesmente de
branco, tal como São Pio V, o Papa dominicano que não quis trocar o hábito
branco da sua ordem e assim deu início à tradição das vestes brancas papais.
Quis ter ao seu lado o cardeal
vigário de Roma na varanda, algo inédito, não falou formalmente em latim.
Também de forma original, pediu que rezassem por ele enquanto se inclinava
perante a multidão. Pôs toda a gente a rezar as orações primárias da Igreja: um
Pai Nosso, uma Ave Maria e um Glória.
Radio Renascença
Obtido de: http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=1367&did=100436
5º DOMINGO DA QUARESMA- ANO C
A
liturgia de hoje fala-nos (outra vez) de um Deus que ama e cujo amor nos
desafia a ultrapassar as nossas escravidões para chegar à vida nova, à
ressurreição.
A primeira leitura apresenta-nos o Deus libertador, que acompanha com solicitude e amor a caminhada do seu Povo para a liberdade. Esse “caminho” é o paradigma dessa outra libertação que Deus nos convida a fazer neste tempo de Quaresma e que nos levará à Terra Prometida onde corre a vida nova
.
A segunda leitura é um desafio a libertar-nos do “lixo” que impede a descoberta do fundamental: a comunhão com Cristo, a identificação com Cristo, princípio da nossa ressurreição.
A segunda leitura é um desafio a libertar-nos do “lixo” que impede a descoberta do fundamental: a comunhão com Cristo, a identificação com Cristo, princípio da nossa ressurreição.
O Evangelho diz-nos que, na perspectiva de Deus, não são o castigo e a intolerância que resolvem o problema do mal e do pecado; só o amor e a misericórdia geram activamente vida e fazem nascer o homem novo. É esta lógica – a lógica de Deus – que somos convidados a assumir na nossa relação com os irmãos.
Francisco, reconstrói a minha Igreja
José Tolentino Mendonça
É verdade que o nome Francisco tem
representantes de altíssimo alcance na tradição (de Francisco de Assis a Francisco
Xavier ou a Francisco de Sales), mas porventura ao ouvir a escolha do nome
“Francisco”, por parte do novo papa, o pensamento da maioria de nós se tenha
virado para a figura dopoverello e para as palavras que lhe dirigiu o Cristo de São Damião: “Francisco,
reconstrói a minha Igreja”. A Igreja de que Jorge Mario Bergoglio é agora
pastor precisa evidentemente de reconstrução. Os desafios são imensos, quer
internamente quer no diálogo com o mundo. Os tempos são de reconfiguração: o
que se sente é que as estruturas herdadas de uma determinada época estão
exaustas (por exemplo, o estrito modelo da paroquialização) e não servem
convenientemente as realidades emergentes no seio da própria Igreja. O problema
da rarefação das comunidades tem-se agravado. A transmissão da fé debate-se com
problemas evidentes que as estatísticas dolorosamente descrevem. A formação do
laicado, que surgiu com uma força renovada no Concílio Vaticano II, arrefeceu;
e a verdade é que, mesmo com poucos padres a Igreja continua demasiado
clericalista. O ministério dos presbíteros não só não tem crescido para
satisfazer as necessidades do quadro pastoral, mas passa hoje por uma
indefinição quanto ao estilo de presença. Por outro lado, o mundo
complexifica-se sempre mais e a cultura deixa de partilhar com o cristianismo
uma gramática simbólica comum, ao mesmo tempo que lhe dirige um olhar ora
indiferente, ora expectante.
Que se pode esperar do Papa Francisco? Da
sua primeira alocução, marcada por uma inspiradora simplicidade, ficaram-nos
duas palavras e um gesto. A primeira palavra foi “confiança”. Retomando a
imagem da Igreja como caminho, o papa referiu a necessidade de um pacto de
“confiança entre nós”. E a Igreja precisa de reganhar confiança. A outra
palavra foi “fraternidade”. Muito se tem falado ao longo das últimas décadas de
construirmos um modelo de Igreja comunional, mas todos conhecemos as
dificuldades e impasses. Sem dúvida, que só uma comunidade que se interpreta em
chave fraternal pode dar corpo a formas efetivas de comunhão. E o gesto – um
maravilhoso gesto – foi o novo papa inclinar-se para acolher a oração do povo
que pedia a bênção de Deus para o seu pastor. Quando o papa abençoou a Igreja e
as mulheres e os homens de boa vontade, sentimos que uma nova estação começou.
quinta-feira, 14 de março de 2013
Papa Francisco I
Jorge Bergoglio,
de técnico químico a Papa
Francisco I, até agora arcebispo de Buenos Aires, de 76 anos, é primeiro
pontífice jesuíta e do continente americano
Cidade do Vaticano, 13
mar 2013 (Ecclesia) – O cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, de 76 anos,
era até hoje arcebispo de Buenos Aires e tornou-se no primeiro Papa do
continente americano, escolhendo também o inédito nome de Francisco.
O religioso é também o
primeiro jesuíta a ser eleito como bispo de Roma, sucedendo a Bento XVI após um
Conclave de dois dias e cinco escrutínios.
Jorge Mario Bergoglio
nasceu na capital da Argentina a 17 de dezembro de 1936, filho de emigrantes
italianos, e trabalhou como técnico químico antes de se decidir pelo
sacerdócio, no seio da Companhia de Jesus (jesuítas), licenciando-se em
filosofia antes do curso teológico.
Ordenado padre a 13 de
dezembro de 1969, foi responsável pela formação dos novos jesuítas e depois
provincial dos religiosos na Argentina (1973-1979).
João Paulo II nomeou-o
bispo auxiliar de Buenos Aires em 1992 e foi ordenado bispo a 27 de junho
desse ano, assumindo a liderança da diocese a 28 de fevereiro de 1998, após a
morte do cardeal Quarracino.
O primaz da Argentina
seria criado cardeal pelo Papa polaco a 21 de fevereiro de 2001, ano no qual
foi relator da 10ª assembleia do Sínodo dos Bispos.
Presente na V
Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, em 2007, evento
inaugurado por Bento XVI, o então presidente da Conferência Episcopal
Argentina realçou a presença do Espírito Santo nesse momento eclesial, que
deveria inspirar em todos os batizados o apelo a constituir "uma Igreja
missionária, adoradora e transformadora".
A Rádio Vaticano
apresenta o novo Papa como "pastor das pessoas pobres, voz do que não
têm voz, rosto dos que não têm rosto", que confessa na Catedral como um
"padre normal" e não tem medo, enquanto bispo e cardeal, de se
"confrontar com as instituições quando tem de de defender a dignidade
humana".
"O Papa Francisco
testemunha a sua simplicidade evangélica, em todas as ocasiões e em
todos os lugares", refere a emissora, segundo a qual na base da
"experiência cristã" do sucessor de Bento XVI, um "homem de
profunda espiritualidade" está o "espanto do encontro com
Jesus".
A imprensa
internacional destaca o perfil simples de um cardeal que andava de
transportes públicos e cozinhava as suas refeições; o Papa Bergoglio é
conhecido ainda por ter ajudado a modernizar a Igreja Católica na Argentina e
pela sua influência teológica na América Latina, onde reside a maior
percentagem de católicos no mundo.
A agência AICA, da
Conferência Episcopal Argentina, lembra um bispo que colocou a arquidiocese
de Buenos Aires em “estado de missão” e a levou a sair ao encontro “dos mais
necessitados”.
Jorge Bergoglio foi
afetado por uma grave doença, aos 21 anos, que levou à remoção de parte do
pulmão direito.
O novo Papa é
apresentado como “ex-basquetebolista, aficionado do tango”, “entusiasta pelos
filmes de Tita Merello” (nome artístico da argentina Laura Ana Merello,
1904-2002), do “neorrealismo italiano” e simpatizante do San Lorenzo, equipa
de futebol fundada por um padre.
Como presidente da
Conferência Episcopal Argentina, entre 2005 e 2011, criticou a corrupção e a
situação do país, falando em “escravidão”.
Tem como lema
episcopal ‘Miserando atque eligendo’, frase que evoca uma passagem do
Evangelho segundo São Mateus: “olhou-o com misericórdia e escolheu-o”.
OC
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sábado, 9 de março de 2013
Esta Luz da Verdade,
« Deus é a Verdade.
Quem busca a verdade busca a Deus,
quer esteja ou não consciente disso.»
Santa Teresa Benedita da Cruz, Carta 536
Senhor,Quem busca a verdade busca a Deus,
quer esteja ou não consciente disso.»
Santa Teresa Benedita da Cruz, Carta 536
que Verdade é esta
que lança compreensão, paz, serenidade
sobre a minha existência,
sobre a minha pessoa
e me faz ver tudo sob outra luz?
Esta Luz da Verdade,
bela, amável e boa, recria-me,
e leva-me às regiões mais profundas do meu ser,
onde encontro os raios da Beleza e da Pureza
do primeiro Paraíso.
Essa verdade é semelhante àquela
que a criança conhece
ao colo da sua boa mãe,
uma Verdade que ama, dá vida e refaz.
A esta Luz eu sou mais eu mesmo,
porque esta Luz vem do meu Criador,
que me fez,
e do meu Redentor
que me ama e salva!
Só Tu Senhor, me podes olhar assim.
O Teu jeito de olhar é único
e não se compara com mais nenhum olhar.
Em ti desejo viver e encontrar-Te
para me encontrar sempre mais,
até ao dia eterno
em que na Tua Luz
verei a Luz!
4º Domingo da Quaresma - Ano C
A liturgia de hoje
convida-nos à descoberta do Deus do amor, empenhado em conduzir-nos a uma vida
de comunhão com Ele.
A primeira leitura, a propósito da circuncisão dos israelitas, convida-nos à conversão, princípio de vida nova na terra da felicidade, da liberdade e da paz. Essa vida nova do homem renovado é um dom do Deus que nos ama e que nos convoca para a felicidade.
A segunda leitura
convida-nos a acolher a oferta de amor que Deus nos faz através de Jesus. Só
reconciliados com Deus e com os irmãos podemos ser criaturas novas, em quem se
manifesta o homem Novo.
O Evangelho apresenta-nos o Deus/Pai que ama de forma gratuita, com um amor
fiel e eterno, apesar das escolhas erradas e da irresponsabilidade do filho
rebelde. E esse amor lá está, sempre à espera, sem condições, para acolher e
abraçar o filho que decide voltar. É um amor entendido na linha da misericórdia
e não na linha da justiça dos homens.
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