sábado, 28 de setembro de 2013

XXVI Dom. Comum

RECONHECER O OUTRO

Quando Deus pergunta por Abel a Caím, este responde: “Porventura serei eu o guarda do meu irmão”? E desde esse momento, houve sempre quem pensasse que não tinha nada a ver com o seu semelhante! Há ainda um sexto da humanidade a passar fome e com falta de água potável (mais de 900 milhões).

1.O AMOR A DEUS E AO IRMÃO
- O amor a Deus, a escolha de Deus acima de todos os bens e do que é mais fácil deve levar-me a amar os irmãos mais próximos, a começar pelos mais frágeis.
- Segundo a doutrina social, devemos começar pela justiça, unida à caridade!
- “O caminho da Igreja é o homem”! (cf RH, nº 14). Era esta uma das frases enigmáticas com que João Paulo II começava o seu ministério. E o Papa Francisco tem-no dito com exemplos concretos.
- O problema do rico não era tanto ter muito dinheiro ou gostar de boa comida. Mesmo se a parábola já deixa entrever que se tratava de um verdadeiro exagero e do pecado da gula, que faz da comida e bebida a sua felicidade...
- O problema do rico foi não ter tempo para olhar para Lázaro, para a sua fome, as suas feridas, a sua solidão... E deve ter pensado: “Porventura sou eu o responsável do meu irmão”? A Segurança Social que tome conta dele!
- O problema do rico foi não ter conseguido sentar Lázaro à sua mesa...
- Lázaro estava sentado no chão (“jazia”), ao nível da terra, no convívio dos cães.
- Bento XVI, em A caridade na verdade, afirma: “A solidariedade consiste primariamente em que todos se sintam responsáveis por todos” (CV, nº 38).

2.É PRECISO “CONQUISTAR A VIDA ETERNA”
- A vida eterna é puro dom, plenitude da vida da graça que somos chamados a viver já neste mundo!
- Apesar disso, S. Paulo diz claramente a Timóteo (e a todos nós) que é preciso “combater o bom combate da fé e conquistar a vida eterna”.
- Na verdade, a vida da fé implica uma luta constante contra o egoísmo e o pecado que nos cercam, o que significa a renovação constante do sim batismal.
- Para as nossas decisões, não podemos entretanto, esperar factos extraordinários. Os mortos não vêm cá para nos convencer de nada... nem vêm cá para outras coisas (se foram pessoas más, Deus não deixará que continuem a fazer mal; se se trata de pessoas santas, estão ocupadas a participar da alegria de Deus).
- Somos totalmente livres. Deus dá-nos todas as condições para vivermos a fé, que significa um sim a Deus e à salvação que nos oferece. Mas não usa a coação!

3.A ETERNIDADE COMEÇA AGORA
- Deste modo, conquistar a vida eterna quer dizer que a nossa vida futura depende das nossas decisões de agora.
- Esta escolha do caminho da salvação dá-se nas coisas pequenas do dia-a-dia.
- E dá-se sobretudo através da justiça e da caridade, além da procura do bem.
- “Quem dá ao pobre empresta ao Senhor” (Pr 19,17).
- “Hoje, é o mesmo Cristo que está presente naqueles de que ninguém precisa, que ninguém emprega, de que ninguém cuida, que têm fome, que estão nus, que não têm lar. Esses parecem inúteis ao Estado e à sociedade; ninguém tem tempo para lhes dar. Compete-nos a nós, cristãos... procurá-los, ajudá-los; eles estão lá para que os encontremos(Beata Madre Teresa de Calcutá).
- Que fomes e que chagas têm os irmãos que me rodeiam?

Como viver esta PALAVRA ?
- Procuremos reconhecer no outro um rosto de irmão e de irmã, para a conquista da vida eterna.

 Pe. Cardoso 



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